Acordou melancólico naquele dia. Não abriu as janelas e nem tirou o pijama. O dia lhe parecia cinzento, ainda que houvesse sol. Se jogou de novo na cama. A cor do mundo sumira na penumbra de seu quarto...Tudo estava tão sem vida, tão distante... Não tinha forças para se mover... Não sentia fome, nem sede, nem frio, nem calor... Era como se tivesse esquecido de viver aquele momento. Ficou ali deitado. Petrificado diante da vida. Olhando para o teto com os olhos de quem está vendo, mas não tá enxergando... Repentinamente algumas imagens invadiram sua mente... Uma rajada de lembranças tomou conta de seus pensamentos, o que o fez mover-se bruscamente, levantando de uma vez da cama, o que lhe causou um pouco de tontura... Sentiu o quarto rodar por um instante. Logo se recuperou... E foi caminhando para fora do quarto. Seguiu pelo corredor e avistou o velho armário de madeira. Aquelas lembranças flutuavam em sua cabeça, o que lhe causava uma certa vertigem. Aproximou-se do armário, fitou-o rapidamente e levou sua mão ao puxador da porta. Ofereceu alguma resistência para abrir, o que não lhe causou surpresa, porque há anos não era aberto. À medida que a porta era aberta, um ruído de madeira estalando e ferrujem podia ser ouvido... Aberto agora o armário, avistou bem alí na prateleira do alto uma velha caixa de madeira,castigada pelo tempo. Ergueu os braços e apanhou-a cuidadosamente. Com a caixa em suas mãos retornou ao quarto e depositou-a sobre a cama.. Meticulosamente foi abrindo a tampa. Introduziu a mão vagarosamente dentro da caixa e retirou de lá algumas fotografias, mesmo na penumbra era possível ver os sorrisos alí estampados, imagens cheias de beleza e juventude... E quando seus olhos fitaram as lembraças de um passado impresso em papel fotográfico, o homem melancólico chorou.... Chorou pelo passado que o deixou... Chorou pelo presente que não é o que ele um dia sonhou... Chorou pelo futuro que esqueceu de sonhar... Ficou alí olhando aquelas fotografias e deixou que sua melancolia fosse lavada pelas lágrimas da nostalgia. E permitiu-se sorrir. Abriu as janelas para a vida. Pôde enxergar todas as cores. Naquele dia reaprendeu a sonhar... Retirou a última fotografia da caixa. E viu que havia um papel cuidadosamente dobrado bem lá no fundo... Pegou-o foi desdobrando e surpresa... Alí havia telefones e endereços daquelas pessoas que sorriam ao seu lado e que o faziam sorrir naquelas fotos... Pulou de alegria. E se perguntou: Por que não??? Saiu correndo... Alô!!! Dado... Tudo bom??? Aqui é o Bimbo quem está falando!!! Quanto tempo!!!!
28 de nov. de 2009
Conto
Reaprendendo a sonhar
Acordou melancólico naquele dia. Não abriu as janelas e nem tirou o pijama. O dia lhe parecia cinzento, ainda que houvesse sol. Se jogou de novo na cama. A cor do mundo sumira na penumbra de seu quarto...Tudo estava tão sem vida, tão distante... Não tinha forças para se mover... Não sentia fome, nem sede, nem frio, nem calor... Era como se tivesse esquecido de viver aquele momento. Ficou ali deitado. Petrificado diante da vida. Olhando para o teto com os olhos de quem está vendo, mas não tá enxergando... Repentinamente algumas imagens invadiram sua mente... Uma rajada de lembranças tomou conta de seus pensamentos, o que o fez mover-se bruscamente, levantando de uma vez da cama, o que lhe causou um pouco de tontura... Sentiu o quarto rodar por um instante. Logo se recuperou... E foi caminhando para fora do quarto. Seguiu pelo corredor e avistou o velho armário de madeira. Aquelas lembranças flutuavam em sua cabeça, o que lhe causava uma certa vertigem. Aproximou-se do armário, fitou-o rapidamente e levou sua mão ao puxador da porta. Ofereceu alguma resistência para abrir, o que não lhe causou surpresa, porque há anos não era aberto. À medida que a porta era aberta, um ruído de madeira estalando e ferrujem podia ser ouvido... Aberto agora o armário, avistou bem alí na prateleira do alto uma velha caixa de madeira,castigada pelo tempo. Ergueu os braços e apanhou-a cuidadosamente. Com a caixa em suas mãos retornou ao quarto e depositou-a sobre a cama.. Meticulosamente foi abrindo a tampa. Introduziu a mão vagarosamente dentro da caixa e retirou de lá algumas fotografias, mesmo na penumbra era possível ver os sorrisos alí estampados, imagens cheias de beleza e juventude... E quando seus olhos fitaram as lembraças de um passado impresso em papel fotográfico, o homem melancólico chorou.... Chorou pelo passado que o deixou... Chorou pelo presente que não é o que ele um dia sonhou... Chorou pelo futuro que esqueceu de sonhar... Ficou alí olhando aquelas fotografias e deixou que sua melancolia fosse lavada pelas lágrimas da nostalgia. E permitiu-se sorrir. Abriu as janelas para a vida. Pôde enxergar todas as cores. Naquele dia reaprendeu a sonhar... Retirou a última fotografia da caixa. E viu que havia um papel cuidadosamente dobrado bem lá no fundo... Pegou-o foi desdobrando e surpresa... Alí havia telefones e endereços daquelas pessoas que sorriam ao seu lado e que o faziam sorrir naquelas fotos... Pulou de alegria. E se perguntou: Por que não??? Saiu correndo... Alô!!! Dado... Tudo bom??? Aqui é o Bimbo quem está falando!!! Quanto tempo!!!!
Acordou melancólico naquele dia. Não abriu as janelas e nem tirou o pijama. O dia lhe parecia cinzento, ainda que houvesse sol. Se jogou de novo na cama. A cor do mundo sumira na penumbra de seu quarto...Tudo estava tão sem vida, tão distante... Não tinha forças para se mover... Não sentia fome, nem sede, nem frio, nem calor... Era como se tivesse esquecido de viver aquele momento. Ficou ali deitado. Petrificado diante da vida. Olhando para o teto com os olhos de quem está vendo, mas não tá enxergando... Repentinamente algumas imagens invadiram sua mente... Uma rajada de lembranças tomou conta de seus pensamentos, o que o fez mover-se bruscamente, levantando de uma vez da cama, o que lhe causou um pouco de tontura... Sentiu o quarto rodar por um instante. Logo se recuperou... E foi caminhando para fora do quarto. Seguiu pelo corredor e avistou o velho armário de madeira. Aquelas lembranças flutuavam em sua cabeça, o que lhe causava uma certa vertigem. Aproximou-se do armário, fitou-o rapidamente e levou sua mão ao puxador da porta. Ofereceu alguma resistência para abrir, o que não lhe causou surpresa, porque há anos não era aberto. À medida que a porta era aberta, um ruído de madeira estalando e ferrujem podia ser ouvido... Aberto agora o armário, avistou bem alí na prateleira do alto uma velha caixa de madeira,castigada pelo tempo. Ergueu os braços e apanhou-a cuidadosamente. Com a caixa em suas mãos retornou ao quarto e depositou-a sobre a cama.. Meticulosamente foi abrindo a tampa. Introduziu a mão vagarosamente dentro da caixa e retirou de lá algumas fotografias, mesmo na penumbra era possível ver os sorrisos alí estampados, imagens cheias de beleza e juventude... E quando seus olhos fitaram as lembraças de um passado impresso em papel fotográfico, o homem melancólico chorou.... Chorou pelo passado que o deixou... Chorou pelo presente que não é o que ele um dia sonhou... Chorou pelo futuro que esqueceu de sonhar... Ficou alí olhando aquelas fotografias e deixou que sua melancolia fosse lavada pelas lágrimas da nostalgia. E permitiu-se sorrir. Abriu as janelas para a vida. Pôde enxergar todas as cores. Naquele dia reaprendeu a sonhar... Retirou a última fotografia da caixa. E viu que havia um papel cuidadosamente dobrado bem lá no fundo... Pegou-o foi desdobrando e surpresa... Alí havia telefones e endereços daquelas pessoas que sorriam ao seu lado e que o faziam sorrir naquelas fotos... Pulou de alegria. E se perguntou: Por que não??? Saiu correndo... Alô!!! Dado... Tudo bom??? Aqui é o Bimbo quem está falando!!! Quanto tempo!!!!
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